sábado, 20 de março de 2010

memórias de um recém-casado III

tranquilamente minha tarefa ficou bem mais difícil. minha esposa escreveu suas "memórias" e arrebatou todos os corações, mentes e lágrimas imagináveis. como diria aquele homônimo de cantor: o que fazer? meu último desafio é contar uma estória com a distância que o tempo já fez, já que mais de um mês se passou.

vamos lá, era dia seis de fevereiro, um sábado que mudaria para sempre uma das cerimônias mais importantes da cultura ocidental cristã. talvez não hoje, nem neste século que acabou de nascer, talvez nunca, talvez, quem sabe... mas eu tenho a certeza, a convicção daqueles que sabem que estão fazendo a história, mudando-a para sempre, a certeza de que aquele casamento, modestiamente o meu casamento, foi o melhor, mais lindo, mais, mais, de todos os tempos que se tem notícia, informação, nota ou matéria.

a primeira responsável para que este acontecimento acontecesse (percebeu como meu vocabulário é divino?) foi, desculpa a falta de modéstia, a minha mãe... pera, não, não, foi o meu pai, sim pois foi ele que pagou a passagem da minha mãe para João Pessoa. ah não!, desculpa gente, a primeira responsável foi o lula que aumentou o salário minímo e que nunca na história deste país... putz! o que lula tem com o casamento?!

eu nem lembro mais do que eu estava falando. espera um minuto, deixa eu ver...é...ah! a maior responsável pelo acontecimento, sim, sim, claro. putz! essa é fácil!, claro que foi a minha linda, absoluta, este....esposa, eu quis dizer esposa, débora para ser mais específico.

ela simplesmente pensou em tudo, claro que para ela não foi muito dificil, dormindo como ela dorme, sonhar com aquelas maravilhs de pétalas de várias cores, combinando com o vestido das damas, um bolo fantástico, um vestido de noiva simplesmente... pera, deixa eu limpar a baba que caiu aqui.

enquanto ela dormia e imaginava um mundo fantástico, parecido com os filmes em animação que ela adora, alguém tinha que pegar no batente. eu é que não seria esta pessoa, eu fiquei só observando tudo, de maneira, digamos, alheia (só não digo alienada porque estou falando de mim mesmo in my self).

foi assim que dona sonia, a super vovó (que por sinal deve, até hoje, acreditar que este moço aqui escreverá um texo descente sobre o casamento (pobre dona sonia, ainda bem que ela tem o belíssimo texto de débora (acho que já falei sobre isso antes) para se deliciar)) com a ajuda de sua fiel escudeira (a ana) fizeram.

era o dia seis de fevereiro e eu estava tirando a barba, tranquilamente uma das maiores burrices não recomendadas a noivos. imagina se acontecesse um corte no meu lindo rosto? o casamento seria uma bosta, ou não, já que o noivo aqui era apenas um (ho)mero detalhe na ordem hierarquica que possuia, obvio, a noiva no topo da pirâmide, seu josé (o avô-pai-botafogo) logo depois e ai sim, eu, o noivo.

claro que um casal que não dormiu junto depois de casado (sim, casei barbudo no civil, mas só dormi com minha esposa depois do casamento religioso, três noites depois) não teria o menor problema em ver a noiva no dia do casamento (este o religioso, já sem barba, aquela que não recomendo que se tire no dia do casamento).

vi e revi a noiva no dia do casamento: antes de seu dia de noiva que durou a manhã inteira e, acredite se quiser, ela volta para casa, quando a revi, para, preparem os ouvidos, palavras fortes se seguirão, descansar. exatamente, ela passou o dia todo relaxando, tomando banho disso, massagem daquilo, enquanto eu fui ao centro da cidade com minha mãe e tia, e ela ainda precisa relaxar... tudo bem, ela é a noiva, eu sou apenas o terceiro na escala de importância (uó coitado! tão dramático!).

a tarde chega e junto com ela todos os dramas-comédias-romances-ação dignas dos melhores (eles existem?) filmes de casamento. tenho certeza que esquecerei muitos destes momentos, mas só quem ler este texto, se é que daqui milhões de anos, quando todos reverenciarem este momento como um dos mais importantes da história da humanidade, ainda chamarão escritos de textos, será que eles não serão chamados de chagra? quem sabe... sim, só para que quem ler esta chagra tenha uma idéia do que foi o momento, digo a você, parece mentira, se me contassem que o casamento de sabe-se lá quem foi assim eu diria "ah!, para de mentir e enche meu copo!"

para garantir as emoções de um casamento histórico, as damas (de copas, espada, paus, ouro e outra) chegaram atrasadas, tipo, a noiva chegou antes! como assim as damas chegaram depois da noiva? alguém me avisa como a noiva fica dando voltas ao redor da igreja porque as damas não chegaram? este, com certeza, não é um casamento normal.

é mentira gente. não foi porque as damas chegaram depois da noiva que o casamento atrasou. deixa eu explicar melhor: as damas realmente chegaram depois da noiva (como assim!? alguém me explica!? (acho que já disse isso antes, mas não tem como não achar essas coisas ou absurdas ou engraçadas, fico com a segunda para garantir minha pele linda, dizem que sorrir faz bem para a pele, em especial a da face sabia? não? é sério menina! eu sei, eu sei, o motivo que fez o casamento atrasar né?)).

então, o motivo foi a cantora e o tocador que também atrasaram, tipo, como assim, a noiva ficou dando voltas na igreja! como assim alguém chega depois da noiva!? eu poderia ficar muito puto com todos esses atrasos, eu fiquei na hora, mas agora, agora eu acho é engraçado, na verdade, não tem como falar mal daquela cantora e daquele tocador, eles foram maravilhosos, a mulher dá uns gritos bonitos rapaz!

todos chegaram e começa a entrada: eu com mamãe (que venceu o prêmio atriz dramática, chorou mais que atriz de novela mexicana!), papai e dona sonia (vencedora do premio coordenadora do ano. se debora era a mente, dona sonia e ana eram o corpo daquele momento), ana e sêo iê-iê (vencedora do premio conservadora. trocou o vestido super moderno de bolinhas por um cinza "super básico"), os casais de padrinhos, com destaque para léo (vencedor do prêmio de ator dramático. o cara foi tão bem que fez a galera chorar em efeito dominó!), ai entraram as damas e fizeram sua festa de cores, e por último, e muito mais importante, a noiva, linda, com suas flores por todo o vestido, fazendo jus ao apelido carinhoso.


no próximo programa o pós-pré casório...

2 comentários:

Débora Accioly disse...

meu amooor! que coisa lindinha! :) huahuahauhauahau. pois é, esqueci de acrescentar no meu essas coisas "de atraso"! Ave.. mas ai ia criar..enfim! ^^ "Depois que passa a gente ri!" kkkkkkkkkkkk
ta lindo! engraçado, puxando sardinha pra mim.. ^^ meu amor!
te amoo muito! E vou esperar ele completo pra divulgar. Vovó espera por elefaz teeeempo.

Anderson Santos disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Homero, bem que Bakhtin disse q a construção sócio-histórica influencia as pessoas. O seu texto é uma representação fiel disso!