O mestre mais velho

Há alguns anos ele já naum era o mesmo. Quando eu perguntava: "como vai padrinho?" ele respondia: "vivendo meu filho". Naum era esse o padrinho Mané Luis q conheci. Meu bisavô sempre foi um homem forte por fora e incrivelmente bondoso por dentro. Contador de piadas e anedotas, características q minha família por parte de mãe herdou e que me orgulho de possuí-la."Seu" Mané Luiz, ou simplesmente padrinho, levou muitas pancadas na vida, mas nenhuma como as três últimas.Primeiro veio a morte do filho querido, e meu tio predileto, há 13 anos. Depois a morte da esposa, seis meses depois. E, por último, o neto predileto há 4 anos.Depois disso seus olhos azuis naum brilharam do mesmo jeito. Continuava sorrindo para os outros e contando suas estórias, mas, concerteza, estava apenas esperando sua hora.E ela veio hoje, 15 de outubro, dia do professor. Morreu hj a pessoa com quem tanto aprendi e me arrependo de naum ter aprendido mais.

Quem sou

Eu sei q a rigor naum sou nem o mesmo de ontem. Mas esses últimos cinco anos e nove meses me fizeram uma outra pessoa.

Tudo foi potencializado nesse último período. Quando escrever minha biografia, os anos anteriores a esses devem ocupar meia página, mas esses...quantas coisas pra contar: amigos de uma vida toda em todas as suas cinco gerações, drogar lícitas e ilícitas q experimentei, mulheres por quem chorei, bebi e gritei pelos corredores, convicções políticas q naum me permitem voltar, músicas q descobri e outras q naum tive medo de dizer q gosto.

sair de casa, entrar na faculdade, ter meu primeiro emprego...
cinco anos e nove meses...

Abertura

Rafael um dia me falou q naum pareço estudante de jornalismo. Pq? "Homero, vc naum escreve, naum vive tirando fotos, vc tem mais a cara de Ciências Sociais". Até certo ponto concordo. Já naum escrevo como antigamente, minhas coisas tem ficado mais no campo das idéias. Minha mente já imaginou programas esportivos e desenhos animados, mas pouco disso foi pro papel. Talvez pelo medo de evr os outros lendo algo q vc naum tinha ceretza d querer mostrar, talvez por naum me achar tão bom assim. Naum sei, só sei q preferia guardar minhas coisas pra mim, ou apenas comunicá-las oralmente.
Agora resolvi colocar as coisas no papel, ou melhor, no computador. Minhas frustações, meus desejos, minhas bos idéias e as ruins tb. Naum sou muito bom em definir os gêneros jornalísticos, mas acredito que esse espaço será dedicado às crônicas.
Agora Rafael, vc verá se relamente naum levo jeito pra esse negócio de jornalismo.

Ps: o nome pensamentos e cercas vem das minhas duas principais fontes de inspiração: o agreste alagoano e a convivência com a universidade. Dois espaços onde os pensamentos borbulham, mas também repletos de cercas para tentar prendê-los.
Inicialmente teremos apenas textos meus, mas talvez, depois, quem sabe, enfim...